terça-feira, 13 de maio de 2025

Fechar um hospital e, ao mesmo tempo, fazer campanha para Eduardo Paes. Como isso pode caber na mesma frase?

 Fechar um hospital e, ao mesmo tempo, fazer campanha para Eduardo Paes. Como isso pode caber na mesma frase?



No dia 12/05/2025, foi finalmente revelado o plano do reitor Da Costa para o Hospital Gaffrée: encerrar todo o atendimento hospitalar. O mapa apresentado mostra que os 10 leitos de CTI adulto poderão ser transformados em salas de aula do Instituto Biomédico. Isso mesmo — o plano é acabar com os leitos de enfermaria e CTI, além do centro cirúrgico, para dar lugar a salas de aula que poderiam funcionar em qualquer outro local. Como alguém pode propor algo assim sabendo que há pessoas morrendo nas emergências do Rio de Janeiro por falta de vagas em CTIs, leitos de enfermaria e cirurgias?

Talvez o reitor não saiba, mas se ele sofrer um acidente automobilístico, por exemplo, não será socorrido por um plano privado. Irá para o SUS. E, caso não haja vaga para atendê-lo, poderá morrer como qualquer outro cidadão.

O projeto ainda prevê a entrega de toda a área térrea do prédio à Prefeitura do Rio — onde hoje funcionam os 8 leitos de CTI neonatal, que também serão fechados — sem nenhuma contrapartida financeira garantida ao longo dos anos e governos. E o que esperar da administração de Eduardo Paes na Universidade? O que ele fará com o térreo do Hospital? Implantará uma nova OSS? Uma PPP, com leilão na BOVESPA, como fez com o Hospital Municipal Souza Aguiar — a maior emergência da América Latina?

Fica cada vez mais evidente: o plano da reitoria ao fechar o Gaffrée é o de ampliar os recursos da empresa EBSERH, que vem promovendo o desmonte do ensino em saúde no Brasil e, ao mesmo tempo, apoiar politicamente Eduardo Paes. Este, por sua vez, utilizaria o espaço e uma possível “reforma de fachada” como plataforma eleitoral para governador. 

Estamos diante do desmonte do SUS e das universidades públicas, articulado nacionalmente. Esse cenário reflete uma política neoliberal que visa ao lucro dos grandes grupos econômicos, enquanto o povo perde direitos básicos garantidos pela Constituição, como Saúde e Educação. O sucateamento das universidades e do SUS é intencional, reforçado por cortes orçamentários sucessivos, com o objetivo de construir a falsa narrativa de que o serviço público não funciona. É o mesmo mecanismo de privatização das grandes estatais brasileiras!

População do Rio de Janeiro, servidores do Gaffrée, do Hospital Federal dos Servidores: é hora de reagir contra esse crime!

Todos estão convidados para o debate/mobilização no dia 14/05, às 16h, no auditório do Gaffrée.

Também está prevista nova mobilização no dia 21/05, às 14h, no auditório Tércio Paciti, Urca.

Fiquem atentos às próximas informações. A reitoria pretende aprovar o projeto no CONSUNI de forma antidemocrática ainda este mês. A data do CONSUNI com a pauta só será divulgada com sete dias de antecedência — por isso, acompanhem nossas postagens. Precisamos de todos no CONSUNI (Urca).

Somos CONTRA o fechamento do Gaffrée!


Maristela Groba, fisioterapeuta e conselheira da UNIRIO, fisioterapeuta da prefeitura do Rio.

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