segunda-feira, 19 de maio de 2025

Intervenção federal na Saúde no Rio de Janeiro (Parte 3): Preparando terreno e criando a “crise na rede federal”, para propor a “solução”.

 

Intervenção federal na Saúde no Rio de Janeiro (Parte 3): Preparando o terreno e criando a “crise na rede federal”, para propor a “solução”.

(HFSE 2024-07-24, Foto: Mayara Alves)

O fechamento de leitos e serviços continua. Os alardes midiáticos vêm dar respaldo e gás para as futuras ... e antigas propostas.

No Hospital de Ipanema, em 24/06/2017, o “Chefe do setor de cirurgias vasculares disse ter recebido comunicado do Ministério da Saúde informando que o serviço iria acabar. Por mês, o setor atende a 200 pacientes.”: https://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/situacao-do-hospital-federal-de-ipanema-preocupa-medicos-e-pacientes.ghtml

fatiamento ou, nos belos termos do governo, “reestruturação” já era planejado e apresentado como solução para a crise que ele mesmo criava há bastante tempo. Na página do Ministério da Saúde, em 13/10/2017, fica-se sabendo da “reestruturação dos hospitais federais coordenada pelo Departamento de Gestão Hospitalar (DGH)". Ou seja, já era falada em 2017 (e antes, por sinal): https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2017/outubro/hospital-federal-de-ipanema-comemora-62-anos-com-tres-novos-servicos

Dois anos depois, a campanha de guerra contra o povo, a preparar o terreno, segue:

Notícias como “RJ adoece com crises na saúde municipal, estadual e federal. População sofre com redução de equipes da família e falta de remédios e leitos”, em 16/9/2019 (veja aqui: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019/09/rj-adoece-com-crises-na-saude-municipal-estadual-e-federal.shtml.

Mais dois anos adiante, em 12/03/2021, pode-se ler “Sem profissionais, hospital federal do Rio tem leitos trancados com cadeado: Um terço das vagas de internação geridas pelo Ministério da Saúde está impedida de funcionar” (aqui: https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2021/03/sem-profissionais-hospital-federal-do-rio-tem-leitos-trancados-com-cadeado.shtml)

Desde o início deste ano até 8/4/2021, o Ministério da Saúde havia demitido 3.650 da rede federal no Rio de Janeiro (!!!) (https://sindsprevrj.org/servidores-do-andarai-repudiam-estadualizacao-da-rede-federal-exigem-vacina-ja-e-reintegracao-de-demitidos/).

No ano seguinte, em 17/01/2022, noticia-se que “mais de 900 vagas estão fechadas por falta de profissionais na rede federal” (aqui: https://www.cnnbrasil.com.br/saude/defensoria-publica-da-uniao-vai-pedir-ao-ministerio-da-saude-o-desbloqueio-de-leitos-no-rio/).

Em 3/10/2022, é lembrado que “IASERJ foi demolido para dar lugar a novo Inca, mas projeto empacou”. “Passados dez anos nada foi feito, e a população local convive com os transtornos proporcionados por um imenso espaço abandonado.” (Por Geraldo Ribeiro. Rio de Janeiro, 03/10/2022 https://oglobo.globo.com/rio/noticia/2022/10/iaserj-foi-demolido-para-dar-lugar-a-novo-inca-mas-projeto-empacou.ghtml)

A guerra contra a saúde do povo continua. Em uma notícia sobre medida para embasar a "solução" proposta pelo governo apresenta-se, por exemplo, em 08/05/2024. A manchete diz que “Número de leitos fechados da rede federal do Rio aumentou 27% em um ano. Enquanto isso, cerca de 450 pacientes aguardam nas emergências uma transferência para hospitais de alta complexidade, que são federais” (aqui: https://oglobo.globo.com/rio/noticia/2024/05/08/numero-de-leitos-fechados-da-rede-federal-do-rio-aumentou-27percent-em-um-ano.ghtml). 

governo estadual ainda sonha com uma parte do butim. Embora tenha a princípio desistido dele, não perdeu totalmente as esperanças:

“Ela [a então secretária estadual de saúde] afirma que aguarda formalização de proposta do Ministério da Saúde sobre como o governo estadual pode auxiliar nas unidades federais.

— O interesse que havia no ano passado não é mais o mesmo. Sem a resposta, focamos na ampliação da oncologia em outros lugares. Mas, chegando uma oportunidade nova e com o plano de cogestão estruturado, vou levar ao governador. As vagas de oncologia são um dos gargalos, infelizmente”

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